Brasil Gera Quase 150 Mil Empregos Formais em Maio: O Que os Números Revelam Sobre a Economia?
1 de jul. de 2025

Em maio de 2025, o mercado de trabalho brasileiro registrou um desempenho positivo com a criação de 148.992 vagas formais, de acordo com os dados do Novo Caged, divulgados pelo Ministério do Trabalho. O saldo é resultado de mais de 2,2 milhões de contratações contra cerca de 2,1 milhões de desligamentos no mês.
Embora o número tenha vindo abaixo do esperado por analistas — que projetavam cerca de 172 mil novas vagas —, o desempenho confirma a continuidade de uma trajetória positiva no mercado de trabalho formal do país.
Setores em destaque: serviços na liderança
Todos os principais setores da economia registraram saldo positivo de empregos:
Serviços lideraram com 70.139 novas vagas, refletindo a força do setor na retomada econômica;
Comércio veio em seguida, com 23.258 vagas;
Indústria contribuiu com 21.569 novos postos;
Agropecuária criou 17.348 vagas;
E a construção civil abriu 16.678 posições.
Esse cenário mostra uma recuperação disseminada entre os setores, com destaque para a resiliência do setor de serviços — o mais impactado durante os períodos críticos da pandemia.
Onde estão os empregos?
A geração de empregos também foi amplamente distribuída entre os estados. São Paulo, com 33.313 novas vagas, foi o destaque, seguido por Minas Gerais (20.287) e Rio de Janeiro (13.642). A exceção ficou por conta do Rio Grande do Sul, único estado com saldo negativo (–115 vagas), reflexo dos efeitos das enchentes que afetaram a atividade econômica regional.
Jovens, mulheres e ensino médio lideram contratações
O perfil dos trabalhadores contratados mostra a força dos jovens entre 18 e 24 anos, que representaram cerca de dois terços das novas vagas. Também houve uma leve predominância feminina nas contratações, com as mulheres somando 78 mil postos contra 70 mil dos homens. Pessoas com ensino médio completo e da população parda também se destacaram como os grupos com maior inserção no mercado formal no mês.
Além disso, houve a admissão de 902 pessoas com deficiência (PCDs), reforçando o movimento — ainda tímido — por mais inclusão no ambiente corporativo.
Salários recuam, mas expectativa econômica melhora
O salário médio de admissão em maio foi de R$ 2.248,71, com uma leve queda de R$ 10,98 em relação a abril. Também houve redução no salário médio de demissão, que caiu para R$ 2.330,43.
Apesar desse recuo, a repercussão no mercado financeiro foi levemente positiva. Houve uma redução nos juros futuros de longo prazo, sinalizando que parte dos investidores vê os dados como um indício de estabilidade e espaço para novos cortes na taxa Selic.
O que esperar?
Para o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, o resultado reforça a retomada do mercado, mas ele fez um alerta: os juros ainda altos são um freio para a expansão mais robusta do emprego formal. A presença massiva de jovens no saldo positivo também foi vista como um bom sinal, indicando a abertura de oportunidades para quem está começando a vida profissional.
Com mais de 1 milhão de empregos criados apenas nos primeiros cinco meses de 2025, o cenário é otimista — embora ainda exija atenção a gargalos como a remuneração média e os efeitos regionais de eventos climáticos e econômicos.