Lula defende alternativas ao dólar em comércio internacional e destaca papel do Brics
14 de mai. de 2025

Lula defende alternativas ao dólar em comércio internacional e destaca papel do Brics
Durante visita oficial à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou sua posição a favor da diversificação das moedas utilizadas no comércio internacional. Segundo Lula, a intenção não é confrontar o dólar, mas sim reduzir a dependência global de uma única moeda nas transações entre países.
“Não queremos brigar com o dólar. O que buscamos é criar alternativas — seja uma nova moeda, seja uma cesta de moedas — que possibilitem relações comerciais mais equilibradas”, afirmou o presidente em coletiva de imprensa.
A sinalização ocorre em meio ao avanço das discussões sobre a criação de mecanismos de compensação entre países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), bloco que Lula considera estratégico para a reorganização da geopolítica global. Segundo ele, o momento exige inovação comercial e a construção de novas alianças multilaterais.
As declarações não passaram despercebidas por Washington. Em fevereiro, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, reagiu às movimentações do grupo com a ameaça de aplicar tarifas de até 100% a produtos importados dos países do Brics, caso “resolvam brincar com o dólar”.
Lula também defendeu a atualização de organismos multilaterais como a ONU e a OMC, diante do que classificou como um “rearranjo da ordem mundial”. Na sua avaliação, a governança internacional precisa refletir a nova realidade econômica e política para evitar decisões fragmentadas e ações unilaterais.
No campo diplomático, o presidente se mostrou otimista quanto à possibilidade de diálogo entre Rússia e Ucrânia e reiterou a necessidade de esgotar todas as vias de negociação nas disputas comerciais com os EUA. Ainda em sua fala, Lula destacou a importância da COP30 como marco decisivo no combate às mudanças climáticas.
Por fim, prestou homenagem ao ex-presidente uruguaio José Mujica, falecido na terça-feira, a quem chamou de “figura excepcional” e exemplo de grandeza política e pessoal.